Viva o Chile!

Opa,

Depois de uma experiência incrível no Chile, que não nos deixou sequer tempo de passar por aqui, estamos de volta ao Brasil. Eu vim para Sorocaba - SP passar um tempo com meus primos, o Guilherme já está no rio. Agora eu vou tentar resumir um pouco como foi esse tempo no Chile, a riqueza de detalhes não vai ser tão grande, mas espero que dê pra ter uma idéia.

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Após o último post assistimos ao nosso primeiro por do sol no deserto - a cidade de Arica é como um oásis no deserto, como grande parte das cidades do centro-norte do Chile -, muito lindo. Pegamos nossas coisas e fomos pegar nosso busão para Calama. Não há muito o que ver por lá, logo que chegamos compramos nossa passagem para San Pedro e em uma hora já estávamos dentro do ônibus. Chegando em San Pedro logo conhecemos dois paulistas que se tornariam parceirassos nossos até o fim da viagem, Nasi e Guilherme ( que vamos chamar de Gui para não confundir com nosso Guilherme ). Juntos, demos uma volta pela cidade - que não é o que se pode se chamar de uma grande cidade - procurando um hostel, acabamos optando pelo mais barato, novidade. Nessa mesma tarde compramos um passeio pelo deserto do atacama, dessa vez era deserto mesmo, sem cidadezinha, sem casinha, sem nada.

O passeio percorreu o Vale da Morte, entre outras atrações do deserto como esculturas em pedra feitas pela erosão e antigos poços de sal. E foi, inclusive, esses poços de sal que Guilherme, Nasi e eu nos perdemos do nosso grupo e ficamos uns bons 20 min perdidos no deserto sem ver uma alma. Até aí o passeio tava bem chato, mas o melhor estava guardado para o final. Quando a hora do por do sol se aproximou ( o sol se punha lá por volta das 20h, em Santiago, por volta das 21h ) subimos uma trilha que nos levava ao alto de um dos maiores picos da região, e em poucos pinutos o sol começou a cair por trás de uma duna gigante. Foda. Depois disso a gente voltou à San Pedro, fizemos nosso jantar e dormimos. No dia seguinte sairíamos para um dos highlights da viagem, como diria o Gui. O famoso Salar de Uyuni.

Bem cedo já estávamos dentro do ônibus que nos levou até a fronteira do Chile com a Bolívia. Mais uma vez tivemos que passar por controle de fronteira, malas revistadas, etc. Logo que passamos da fronteira trocamos o ônibus por um Toyota Land Cruiser 4x4, aí começou a ficar interessante. É foi, também, nesse momento que encontramos pela primeira vez nosso princípe, o mito, o maior manejador de câmbio da bolívia. O grande e único Franklin, um cara figurassa que gostava de falar com a boca fechada e dormir no volante, estávamos bem com nosso motorista.
Nosso grupo era todo de brasileiros, a trupi era composta por Guilherme, Gui, Marcos, Salvador, Fernando e eu ( o Nasi tava com a grana curta e a essa hora já estava em Santiago ). A partir daí não há estrada, só areia e pedra pra todo lado. Confiávamos no senso de direção do nosso príncipe Franklin. Nos primeiros dias dessa viagem de 4 dias e 3 noites conhecemos muito do Deserto eo Atacama e do Deserto de Siloli, as lagunas coloridas impressionaram muito. São lagunas brancas, verdes e até vermelhas devido a composição química das rochas no fundo e como se a cor já não fosse suficiente, milhares de flamingos fazem o visual ainda mais absurdo. Além dessas lagunas vimos Gêiseres em atividade, que fediam demais e piscinas de águas termais onde todos mergulharam. Cada minuto da viagem foi contemplado com paisagens inacreditaveis, que só um deserto pode proporcinar. O mais estranho é que o sol não dava trégua um segundo, mas só se podia sair do carro beeem agasalhado porque batia um vento gelado absurdo.
Nossas refeições e pernoites eram em pequenos abrigos que existiam no meio do deserto, no meio do nada. Eles são administrados por famílias que moram lá, o que é realmente impressionante se vocês conseguirem ter uma noção de que é uma casa há dias da civilização no meio do mais seco deserto. Nesses abrigos a temperatura chegava facilmente abaixo de zero. Quando saíamos de manhã era possível ver pequenos córregos em oásis congelados.
Na segunda noite já estávamos na cidade de Uyuni e no terceiro dia chegamos ao tão esperado Salar de Uyuni. E valeu cada minuto de viagem. É um visual que não existe igual. Pra conseguir imaginar, é como se fosse um deserto, a diferença é que em vez de areia, há sal. Quando chove, o sal fica úmido e se transforma em um grande espelho que reflete o céu e as montanhas nevadas em volta. Quando se olha para o horizonte é ímpossivel identificar o que é céu e o que é sal, tudo se mistura, a sensação é a de que se está voando, incrível.
Voltamos a Uyuni e pelo fim da tarde estávamos começando nossa viagem de volta a San Pedro. Não sem antes passar mais uma noite em abrigo.

Chegando em San Pedro Guilherme e Gui queriam ir direto à Santiago e eu, por motivos pessoais, queria passar mais uma noite na Cidade. Eu acabei ficando mesmo e eles foram. Passei o dia e a noite lá e no dia seguinte de manhã peguei meu ônibus para Calama, de conde pegaria outro para Santiago. Chegando em Calama, desci do ônibus no lugar errado e teria que cruzar toda a cidade para comprar minha passagem à Santiago. A minha sorte foi que um caminhão da prefeitura estava consertando alguma coisa alí no ponto de ônibus que eu tava e eu comecei a puxar papo com um dos caras do caminhão que me ofereceu carona. E eu aceitei, claro. Cheguei ao lugar certo e comprei minha passagem e na mesma hora parti para Santiago. Foi a melhor viagem de todas, serviram lanchinho, depois jantar, bem bom até. Na manhã seguinte cheguei à rodoviária de Santiago, o transporte público lá é perfeito, bem abrangente e totalmente integrado. Nesse terminal que eu desci por exemplo se encontravam linhas de metrô, trem, ônibus interprovincial e urbano. Peguei o metrô e em 10 min já estava no hostel, agora novamente junto do Guilherme e dos paulistas.

Mas Santiago é história para uma outra oportunidade. Nessa mesma hora, nesse mesmo canal.

Até

ps: realmente os detalhes se perderam muito até porque é mais difícil escever depois de tanto tempo. Mas enfim, aproveitem o que der aí.

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