Morando em Cusco..

Eaí amiguinhos de blog,

Dois dias muito movimentados esses últimos. Depois de escrever no blog, tomamos banho e fomos até a Plaza de Armas, encontrar nosso amigo Fabrício (näo sei se já falei dele, é um cara de Floripa que já havíamos encontrado na estaçäo de trem e encontramos de novo no supermercado - sim, em cusco existe isso - na terça) e começamos a rodar pelas boates daqui de Cusco, o circuito começou na Up Town, onde tinha bastante brasileiro, depois fomos para a Mithology, também tava bem maneira, seguimos pra Extrem que tava beeem vazia e quando encheu só deu argentino e depois fomos pra Mama África que ainda tava fraca também, por ser a mais badalada ficaria melhor só mais tarde. Em todas essas rolaram free drinks pra nós três. Brasileiro aqui é praga, se chega na boate e em pouco tempo forma-se uma roda só de brasileiros, e depois que o grupo se forma fica junto até o fim da noite. Ficamos nós três, mais dois paulistas, umas duas paulistas e mais um peruano que morou 2 anos em Curitiba. Ah, e as mineiras também, que por sinal eram muito doidas, subiam no balcäo pra dançar. Muito engraçadas. Bebi uns quatrou ou cinco drinks de graça, depois eu e Guilherme tomamos uma Qusqueña (cerveja local) e tava bom já. No final das contas Mama África, Up Town e Mithology foram bem maneiras e a Extrem, uma bosta. O foda é que as músicas argentinas que tocam säo musiquinhas de night mesmo e tal, agora música brasileira é só axé estilo "Olha a onda, olha a onda" e Latino. Apesar disso dá pra se divertir e se empolgar bastante. Chegamos no hostel umas 6 da manhä e chapamos de cara.

Depois de curtas 2h de sono levantamos para começar a aventura do dia, o rafting. Mais ou menos 1:30h de van até o acampamento Mayuc às margens do Rio Urubamba - entre os 25 melhores rios para a prática do esporte - no distrito de Cusipata, ainda Cusco. De lá, 2h de descida em um bote de 7 pessoas por umas corredeiras muito iradas. Muito foda mesmo, valeu cada dollar. Daí a van nos levou de volta ao acampamento onde havia sauna, uma piscininha quente e o esperado almoço, que teria sido melhor aproveitado se também estivesse quente. Todos os guias muito gente fina, tudo muito bom. De volta ao hostel umas 19h chapamos de novo e näo acordamos nem com o Fabrício batendo na porta do nosso quarto, perdemos a noite e só acordamos no dia seguinte.

Já quinta-feira acordei umas 8h, saí sozinho pois o Guilherme ainda dormia, dei um rolé pela praça, tomei meu café (enquanto eu tomava café várias pessoas já almoçavam, muito estranho, a garçonete que explicou que aqui as pessoas tem costume de almoçar pela manhä ao invés de tomar café, depois almoçam de novo no horário normal), comprei uns postais aqui e fui buscar o cd das fotos do rafting. No caminho vários anúncios de trilhas de quadriciclos off-road por uma montanha na zona sul de Cusco, me pareceu bastante interessante. Voltando ao hostel convenci o Guilherme da idéia e saímos para comprar nossos ingressos pro jogo do Cienciano amanhä e pesquisar preços da trilha pelas ruas. Depois de encontrarmos uma proposta bastante atraente fomos almoçar e pelas 14h saímos rumo ao pé da montanha. Lá pegamos nossos Quatrimotos - como chamam por aqui - e subimos o morro, uma trilha de 1:30h pra subir até o topo e mais 1:30 até descermos. Mais foda do que essa trilha näo vimos nada até agora, muito irado. O bagulho anda demais, muita emoçäo, muita lama e mais uma sessäo de lavanderia. De volta ao centro de Cusco fomos rapidamente comprar mais um ingresso pro jogo e o demos ao nosso guia nessa trilha. O cara é muito gente fina, tratou a gente muito bem. Vamos juntos amanhä pro estádio (Estádio Garcilaso) no lugar mais fudido, a zona norte onde, ficam as barras - torcidas organizadas por aqui. Mais tarde encontramos novamente o Fabrício e jantamos pelo hostel mesmo, agora vamos voltar lá chamar ele e fazer o circuito das nightzinhas de novo. Mas a cabeça já tá no jogo de amanhä, vai dar Cienciano fácil, até compramos camisas do time pra entrar de vez no espiríto.

Devemos ir embora sexta-feira depois do jogo. Vamos para Arequipa já rumo à fronteira com o Chile. A vontade de ficar por aqui é grande, a cidade é muito foda mesmo. Mas o show tem que continuar.

Para quem estiver lendo aqui e por acaso for passar por Cusco, recomendamos o rafting pela empresa Mayuc na Plaza de Armas e a trilha de Quatrimotos que näo lembro agora o nome da agência, mas vou deixar por aqui amanhä com uma foto talvez também. As duas empresas foram perfeitas e têm os melhores preços disparados.

É isso por enquanto.

Até,

André e Guilherme

De volta de Machupicchu

Hola,

Depois que postamos pela última vez aconteceu uma parada bem chata. Voltamos ao hostel e nos deparamos com o quarto todo arrumado, o que seria muito bom se näo tivessemos pedido claramente para que näo mexessem no nosso quarto. Tudo meu estava em ordem, apenas em locais diferentes, uma merda, tava tudo täo arrumado que eu näo achava mais nada. Mais a merda maior foi com o Guilherme, sumiu do fundo na mochila dele uma carteira com US$110. A gente tem certeza absoluta que a carteira estava lá e desconfiamos de um doidäo muito escrotoque trabalhava no hostel, talvez näo por coincidencia, foi ele quem arrumou nosso quarto. Näo podemos fazer muito agora, o Guilherme tá falando com o pai dele nesse instante e talvez demos um pulo numa delegacia turística aqui pra dar uma queixa contra o hostel.

Tentamos esquecer isso e fomos dormir. Acordamos bem cedo no dia seguinte, saímos do hostel com nossa mochila nas costas e embarcamos na nossa excursäo pelo Valle Sagrado, é meio que um complexo de ruínas incas em um vale entre as montanhas da Cordilheira dos Andes. Näo é täo perto de Cusco. Depois de mais de uma hora de viagem fizemos a primeira parada, nas Ruínas de Pisac. Maneiro até, pra dizer a verdade eu nem lembro muito bem o que tinha lá, é tudo pedra em cima de pedra, uma trilha bem sinistra pra chegar até o topo. Umas pessoas do nosso grupo reclamaram que a guia ia muito rápido, ela simplesmente respondeu: "Se näo consegue acompanhar, fica no ônibus". Simpática ela. Depois de acabar o tour por Pisac fomos para Ollantaytambo, mesma coisa, pedra pra lá, pedra pra cá. Umas rochas sagradas que pra mim mais pareciam simples pedras largadas. Na hora de sair de Ollantay rumo à cidade de Chincheros nos separamos do nosso grupo e ficamos com um casal que conhecemos matando o tempo em um bar até a hora do nosso trem. Pegamos nosso trem e em 1:30h de uma viagem muito agradável, estávamos em Águas Calientes. Uma cidade bem maneira, bem pequena, mas totalmente voltada ao turimos, só mochileiros. Já eram 22h, tratamos de arrumar um pé sujo pra dormir o pouco que nos restava.

Logo as 4:30 da manhä acordamos para pegar o primeiro ônibus para Machupicchu - uma facada de US$12, subida e descida. Ainda escuro começamos a subida, em pouco menos de 1h estávamos já na entrada de Machu - mais uma facada de s/61 (soles) pra entrar. Eu já näo aguentava mais ver pedra, mas nenhuma das ruínas que havíamos visitado se compara com o que se vê em Machu. É realmente impressionante. Parece que se está dentro de uma partida de Age of Empires, é igualzinho.

Demos uma volta rápida pelas ruínas e fomos logo para a verdadeira aventura, a trilha à Waynapicchu (esse pico mais alto na foto de Machu). Pouco menos de 1h de trilha totalmente íngreme, é uma trilha bem díficil de se completar. Mais depois que se chega ao pico mais alto do complexo de Machupicchu percebe-se que cada gota de suor valeu a pena. Quando chegamos lá estava bem nublado o que näo nos permitia ter a vista mais privilegiada de Machu. Mas depois de tanto esforço näo sairíamos dali antes da neblina. Todos que subiram pensavam da mesma forma e logo conhecemo um grupo de mineiras muito gente fina - que por sinal estäo no mesmo hostel que a gente agora - que nos ajudou a matar o tempo. A neblina saiu e a vista apareceu, absurdo. Muito foda mesmo. Tiramos fotos, ficamos mais um tempo por lá conversando e resolvemos descer. Antes de voltar à Machupicchu, ainda, subimos outro pico, mais 15 minutos de trilha até Huchuypicchu (na foto de Machu, o pico mais baixo na parte da esquerda) - mais baixo do que Wayna porém mais próximo das ruínas, o que propiciava uma vista igualmente absurda. Finalmente voltamos a Machu, encontramos novamente as mineiras e mais um grupo de cariocas que já havíamos conhecido em Chacaltaya, ainda na Bolívia. Demos mais uma boa caminhada pelas ruínas e resolvemos deitar pra dar uma dormida numa pedra, que pra gente era só uma pedra. Mas devia ser alguma pedra boladona porque um dos guias locais começou a gritar e tivemos que sair dali. Ficamos mais um tempo à toa por lá, fomos mexer com as Llamas e Alpacas que haviam por lá e voltamos para Águas Calientes, onde ficamos até as 18h, quando partia nosso trem. Chegamos a Ollantaytambo 7:30h e tivemos que correr alucinadamente pra conseguir voltar à Cusco ainda nesse dia.

Chegamos em Cusco e logo fomos procurar o hostel que as mineiras nos indicaram. Depois de uma noite de sono mais que merecida ficamos na rua de bobeira até agora, só o que a gente faz aqui é ficar de bobeira na rua e comer direto. Eu já almocei duas vezes e já comi dois doces bolados aqui e daqui a pouco vamos comer uma pizza. Mais tarde vamos à Mama África. O bom daqui é que todas as nightzinhas näo cobram a entrada, só paga o que consumir. E melhor que isso, a maioria das boatezinhas däo free drinks pra tentar te conquistar. E nisso a gente vai bebendo de graça de uma em uma até voltar pra Mama África.

É isso. Etapa Machupicchu concluída.

Agora a gente pretender assistir um jogo do Cienciano (clube local) que joga pela pré libertadores quinta feira agora contra Montevideo Wanderers do Uruguai, sexta devemos deixar Cusco, a cidade que mais nos agradou e divertiu até agora.

O bagulho das fotos é complicado porque se perde muito tempo pra fazer o upload, e o tempo por aqui vale ouro. Quando tivermos realmente sem muito pra fazer eu prometo que coloco umas fotos, por enquanto eu já botei algumas poucas no meu orkut (http://www.orkut.com/Album.aspx?uid=12414296302804754646&aid=1199987242).

E um recado pro nosso amigo Nanaum.
Porra muleque, também queríamos muito que você tivesse aqui, a viagem tá sendo foda mas com certeza se você tivesse com a gente estaria sendo ainda mais irado. Mas muitas outras oportunidades viräo para viajarmos. Você está presente em espírito aqui com a gente.

Até,

André e Guilherme

ps: Comprei um cinto boliviano e minha calça näo tá mais caindo. Show.

Em Cusco..

Opa,

Depois de mofar horas na rodoviária de Puno, partimos à Cusco! Foi a noite mais fria desde que saímos do Rio e passamos um frio bonito, a calefaçäo do ônibus näo funcionava.

Finalmente chegamos em Cusco, uma cidade, a primeira cidade, que realmente tem muito a oferecer para os turistas. Por aqui se vê tantos mochileiros quanto locais, muita gente de fora. Muitos restaurantes, bares e nights ( algumas famosas em todo o mundo como a Mama África ). Mas nada disso é täo necessário para se divertir e conhecer gente, todos estäo por aí, caminhando pelas ruas ou sentados na Plaza de Armas. É uma cidade em que diverte-se sem muito esforço - o que para nós está sendo ótimo depois de tanto tempo na Bolívia, onde näo há nada a se fazer fora conhecer e observar a cultura local.

Depois de chegar aqui em Cusco de madrugada, pegamos um táxi até nosso hostel ( primeira boa surpresa, que hostel! grande contraste com os que ficamos na Bolívia ) e dormimos até a hora do almoço. Acordamos, demos um rolé pra conhecer tudo por aqui e logo fomos almoçar. Segunda boa surpresa, aqui se come bem. Depois de um bom almoço, demos mais uma volta, compramos um citytour e o boleto turístico ( uma espécie de bilhete único que dá direito a visitar 16 atraçöes de Cusco entre museos, ruínas e templos ), foi quando veio a terceira boa surpresa: aqui os estudantes também têm direito a desconto em quase tudo.

Depois disso paramos e bolamos nosso plano 100% muleque esperto para visitarmos Machupicchu. Compramos um passeio às ruínas incas ( que näo säo as ruínas de Machupicchu )em que visitamos três cidades, porém vamos dar o perdido na excursäo na segunda cidade e pegar o trem bagpacker que sai de lá mesmo, Ollantaytambo, e nos leva até Águas Calientes - povoado mais próximo de Machupicchu. Dormimos uma noite em Águas Calientes e no dia seguinte pegamos o primeiro ônibus até Machupicchu. Depois de passar todo o dia nas ruínas, voltamos à Ollantaytambo no último trem do dia, e de lá pegamos um ônibus de volta, chegando assim em Cusco. Show.

Hoje fizemos o citytour. Conhecemos umas paradas bem maneiras como a Catedral de Cusco ( foi maneiro mesmo ), a umas ruínas doidas lá e umas coisas nem täo interessantes como um templo maluco lá que eu näo lembro o nome. Depois do citytour comemos uma pizzazinha show, fizemos umas compras no supermercado e voltamos aqui pro hostel, näo vamos sair hoje porque temos que acordar bem cedo amanhä e o Guilherme é viado.

É isso, voltando a viver decentemente, no Peru, e de roupa lavada. Agora ninguém segura.

Até,

André e Guilherme

Já em terras peruanas!

Hola

Depois de sair da Lan House demos mais uma volta por La Paz e jantamos no santo restaurante internacional antes de voltarmos ao nosso hostel, pois sairíamos cedo para Copacabana. Sairíamos, näo fosse o asno do porteiro do nosso hostel que disse ao ônibus que näo havia André ou Guilherme hospedados ali e que täo pouco havia quarto 30. Achamos que ele pode ter feito de propósito, nunca vamos saber. Depois disso tudo o retardado ainda veio pedir proprina, que é como eles chamam "gorjeta", imbecil.

Após muita correria conseguimos um lugar numa minivan que partia do cemitério local até Copacabana. Mais 3:30 h de viagem desconfortável, atravessando o Lago Titicaca em uma balsa, até chegarmos a Copacabana, uma cidade balneário às margens do lago. Logo encontramos pouso no Hostal Colonial, bem maneiro até. Dormimos esse dia e logo no dia seguinte fizemos o passeio para a Isla del Sol, uma ilha cheia de história por aqui. Era sagrada nos tempos incas e até hoje é local de peregrinacäo, é inclusive o lugar onde se fundou o Império Inca, bem em frente a Roca Titicaca.

Nas proximidades da ilha existem diversas cidades perdidas abaixo do nível do lago, foi Jack Cousteau que descobriu essas cidades perdidas enquanto procurava o tesouro perdido dos incas. Ao meio dia, com o sol queimando, dá pra ver os muros mais altos da cidade submersa sem precisar mergulhar.

Chegamos ao lado norte da ilha de barco, visitamos várias rúinas, depois fizemos uma trilha de 3h até o lado sul da ilha, onde pegamos o barco de volta a Copa. Jantamos o prato mais famoso da regiäo, a truta. Dessa vez, näo nos decepcionamos. O Guilherme ainda comprou mais umas bugingangas, passamos mais uma noite por lá e pegamos nosso ônibus para Puno.

Viagem tranquila. Logo 10 minutos depois de entrarmos no ônibus tivemos que descer para atravessar a fronteira. Desembarcamos, pegamos nossos carimbos de saída da Bolívia, de entrada no Peru, trocamos algum dinheiro e voltamos ao ônibus, mais 3h de viagem e já estávamos em Puno. A cidade aqui é bem feia, muito pobre, a única atracäo por aqui säo Ilhas Flutuantes dos Uros. Compramos nosso passeio pra essas ilhas ainda dentro do ônibus, mas só saía às 3:30. Mofamos na rodoviária até a hora do passeio, mas valeu a pena. Os uros säo um povo a parte, viviam às margens to Titicaca na época inca, mas näo faziam parte da cultura Qéchua, Aimara e nem mesmo a Inca, se mantiveram isolados da influencia inca e conservam suas tradicöes até hoje. Quando os espanhóis chegaram por aqui exigiram que os uros fossem seus escravos em fa minas e fazendas, por isso os uros decidiram se isolar no meio do lago, construíram ilhas flutuantes artificiais, feitas de Totora (uma planta natural do Titicaca) e lá se mantém até os dias de hoje. É incrível.

Voltamos do passeio e agora estamos na rodoviária esperando nosso ônibus pra Cusco que só sai às 20:30 (säo 19h agora). Mais uma vez pedimos desculpas pela falta de fotos mas é, realmente, complicado colocar fotos nessas lan houses. Os computadores säo ruins, a conexäo lenta e o tempo curto. Mas elas viräo.

É isso.

Abracos,

André e Guilherme

Vivos em La Paz

Cinco dias depois, muito pra contar.

Depois do último post aqui fomos jantar com Antoine, uma Chuleta acompanhado de algo que parecia arroz, batatas fritas e salada. Foi quando resolvemos desistir da comida local. Junto com a comida pensamos em pedir uma cerveja mas Antoine disse que preferia uma fanta já que da última vez que bebeu em sua viagem ficou completamente alucinado e se aproveitaram dele. Terminada a fanta, voltamos para o hostel e dormimos.
No dia seguinte visitamos o famoso Cristo de la Concordia, bem interessante até. Eles copiaram o nosso Cristo, o nosso Bondinho do Päo de Açúcar e fizeram uma coisa só. É maior do que o nosso Cristo e pode-se entrar nele, lá de cima se tem uma visäo privilegiada de toda a cidade de Cocha.
Depois disso demos mais umas voltas pela cidade e pegamos nosso ônibus para La Paz às 22:00, o ônibus era tranquilo.

Depois de 10h de viagem chegamos à La Paz às 8:00. Fazia um frio absurdo, algo em torno dos 5 graus. Fomos, tremendo, até o ponto pegar um táxi para o Hostel Austria. Porém, ao chegar lá nos deparamos com um cenário um tanto quanto estranho. Umas tábuas que cobriam metade da porta do hostel diziam "ESTE HOSTEL NÄO TEM AUTORIZAÇÄO DE SEUS PROPRIETARIOS". Pensamos por 10 segundos e decidimos por ficar em outro hostel, logo em frente, Hostel Señorial. Näo é mal até, tem água, realmente, quente nos chuveiros, algo que näo tínhamos experimentado até aqui. Mas eles säo muito desconfiados, acham que vamos fugir sem pagar a todo momento, muito estranho.

Chegamos e fomos dormir até meio-dia, quando acordamos e fomos ao Mercado de las Brujas. Tudo muito bem até alí, eu me sentindo garotäo sem sentir nenhum efeito da altitude. Quando voltamos ao hostel deitei na cama e näo levantei mais, passei dois dias deitado na cama sem levantar para nada, sem comer nada. Só levantava pra vomitar. Febre alta, dor de cabeça, tontura, vômito, sangramento no nariz, foram alguns dos sintomas que tive durantes esses dois dias. Até entäo, o Guilherme näo sentia nada. Já tínhamos, inclusive, comprado passeios para Tiwanaku no o dia seguinte e Chacaltaya no outro. Eu estava muito mal e näo pude ir à Tiwanaku, mas o Guilherme foi e gostou bastante. Porém, ao voltar do passeio começou a sentir os efeitos da altitude, sentiu exatamente os mesmos sintomas que eu. Já havíamos desistido de ir à Chacaltaya, nem botamos o relógio para despertar, mas quando a van chegou e nos chamaram no quarto resolvemos arriscar o resto de vida que tínhamos para subir uma montanha nevada de 5.430m de altitude, 2.000m a mais do que em La Paz. Eu já estava quase bem, mas Guilherme sentiu muita dificuldade para subir a montanha e, ao descer, sentiu muita falta de ar e tonturas. Foi nessa hora que um grupo de baianos que ele havia conhecido em Tiwanaku chegou e o ajudou, com umas técnicas de toques em pontos vitais muito loucas, o que facilitou sua respiraçäo e o fez, por mais incrível que pareça, sentir-se melhor por algum tempo. Depois disso ainda visitamos o Valle de la Luna, e ainda demos uma volta completa pela cidade de La Paz.
Voltando ao hostel, Guilherme voltou a se sentir mal e logo se deitou enquanto eu ainda fui jantar em um restaurante internacional que tive a sorte de achar bem próximo ao nosso hostel. Foi nesse mesmo restaurante que almoçamos hoje depois de acordarmos nos sentindo bem melhor.
Já compramos nossa passagem para Copacabana, às margens do Lago Titicaca. Saímos às 8:00.

Tivemos muito pouco tempo para escrever este relato porque a Lan House aqui já tá fechando, na verdade já era até pra ter fechado. Por isso resumimos muito tudo e o texto pode näo estar täo bom, compensaremos na próxima. Quando entrarmos em um computador com conexäo decente, botaremos mais fotos. É extremamente difícil botar fotos ou vídeos no blog porque aqui a internet ainda funciona na base da lenha.

Adios muchachos!

André e Guilherme

5º Dia







¿Hola, que tal?

Depois que escrevemos aqui pela última vez muita coisa aconteceu, muita. Agora podemos dizer, realmente, que a aventura começou.

Ainda no sábado fomos todos à uma pizzaria no centro de Corumbá com nosso amigos gringos Steve, Leigh, Amit, Emma e a outra menina que logo descobrimos se chamar Claudia, de Berlim. Lá encontramos um outro brasileiro que já conhecia Steve e Leigh, nos sentamos, comemos e bebemos até tarde e depois voltamos para o Hostel, onde ficamos até bem mais tarde tomando umas cervejas na piscina.

Domingo de manhä (näo existe "til" nesse teclado) nos despedimos dos amigos australianos e pegamos um taxi até a fronteira de Corumbá com Puerto Quijarro ainda na companhia de Amit, Emma e Claudia - os europeus. Lá, descemos e passamos pela fiscalizaçäo de fronteira onde obtivemos nossos carimbos de entrada. Pegamos outro táxi até Quijarro, o lugar mais pobre que já vimos em nossas vidas, é inacreditável como as pessoas vivem lá. Logo que chegamos fomos à estaçäo de trem para compramos passagens para o Trem da Morte, mas estavam todas esgotadas. Sem outra alternativa, fomos até a rodoviária para pegarmos o primeiro ônibus para Sta. Cruz (esse ônibus azul na foto). O ônibus era absurdo. Logo nos primeiros 20 minutos, tivemos um problema no pneu que depois veio a se repetir, fora a hora que todos os homens (menos o maricá que se escondeu) tiveram que descer do ônibus e fazer parte do trajeto a pé para que näo atolássemos. O motorista lutava para alcançar ridículos 60km/h em um veículo sem ar, com todas as poltronas quebradas e com superlotaçäo, algo em torno de 70 pessoas onde só haviam 44 lugares. O resultado foi 24 horas da mais desconfortável experiência de nossas vidas em um trecho previsto para ser feito em 18 horas.

Chegamos em Sta. Cruz ao meio dia e logo compramos passagem para Cochabamba, deixamos nossas mochilas na rodoviária e pegamos um táxi para o centro com os europeus, visitamos a Plaza 24 de Septiembre e fizemos um tour a pé pela segunda maior cidade e capital econômica da Bolívia. O trânsito lá é muito confuso, näo há nenhuma espécie de organizaçäo, sinais de transito, faixas, guardas, nada. O esquema é ir jogando o carro, quem tiver mais coragem, passa. Foi no trecho entre Puerto Quijarro e Sta. Cruz que observamos os primeiros sinais de uma populaçäo politizada, até ali todos pareciam estranhamente conformados com a precariedade que domina a vida de todos por aqui. Pixaçöes como "Evo Cabrón" e "IDH para Bolívia" mostram que nem todos os bolivianos se mantém de fora de toda essa baderna política que existe por aqui. Sta. Cruz, inclusive, está tentando se tornar independente do governo federal pois se sentem prejudicados por serem responsáveis pela maior parte do PIB do país e ter que sustentar todas as outras regiöes, muito mais pobres.

Depois do tour pela cidade fomos comer em um pub, chamado Bar Irlandês. Ótima comida e as primeiras mulheres bonitas que vimos na Bolívia. Maricá pediu, sabiamente, um "Chile con Carne" e teve que beber 10 sprites para conseguir engolir o prato, isso mais o medo de uma viagem de 10 horas em um ônibus sem banheiro. Tudo correu bem com o intestino dele, graças a Deus.

Depois do almoço nos despedimos dos europeus e pegamos um ônibus para a rodoviária, eu näo aguentei tanto tempo sem banho e tive que encarar o chuveiro da rodoviária mesmo, nojentasso. Depois do banho conhecemos um hippie argentino com sua namorada, eles estavam indo para Porto Belo - SC, só carregam um monociclo e uns malabares, só dá maluco.

Pegamos nosso ônibus para Cochabamba. A viagem foi bem desconfortável, mais depois do ônibus que pegamos em Quijarro tudo é primeira classe. O ponto alto da viagem foi o esporro que eu tomei do coronel da Patrulla Caminera (corresponde a nossa Polícia Rodoviária). Eu tava tirando fotos dos carros da poícia e dele, inclusive. De repente ele subiu no ônibus, pediu nossos documentos e me comeu no esporro, dizendo que näo se pode tirar fotos da polícia, mas logo foi embora e nada aconteceu. Depois de mais 10 horas de viagem chegamos aqui em Cocha às 5:00am (7:00am no Rio) em um frio da mendiga, algo em torno de 10 graus. O que é absurdo para quem saiu de uma cidade onde a temperatura estava em torno de 35 graus. Chegamos a rodoviária e logo encontramos um francês muito louco perguntando se falávamos inglês, respondemos que sim e ele saiu correndo estranhamente, 1 minuto depois ele volta com uma bicicleta. Logo descobrimos que ele ia ficar no mesmo Hostel que a gente, entäo fomos todos juntos. Seu nome é Antoine e, acreditem se quiser, ele viaja pelo mundo desde os 19 anos, tem 25 agora. Säo 6 anos viajando sozinho pelo mundo. Já conhecemos muita gente legal por aqui nesse curto tempo mas, certamente, ele é o mais doido de todos. Ele está aqui do nosso lado enquanto escrevemos isso.

Já demos um bom rolé por Cocha, visitamos o Mercado de la Cancha, almoçamos na rodoviária e agora vamos sair com nosso amigo, Antoine para jantar por aqui. Aqui todos comem frango e fritas, nada tradicional. Imaginem as coisas como no Chaves, aqui existe gente vendendo refresco como Chaves vendia. É impressionante, o mercado é muito rústico com mercadorias muito estranhas, só vendo as fotos pra ter uma noçäo. Umas comidas muito loucas, que säo preparadas pelas Cholas em tendas como camelôs. Cholas essas que exalam um cheiro extremamente desagradável.

Vamos sair aqui para jantar agora.

Hasta luego!




André e Guilherme




Em Corumbá



Bom, depois de exaustantes 30 horas de viagem chegamos a Corumbá - MS que faz divisa com a Bolívia na cidade de Puerto Quijarro. O ônibus fez 986 paradas em lugares como Guaratinguetá, São Paulo, Pardinho, Portal do Oeste, Pamital, Aquidauana, Miranda, Campo Grande, entre outros.


Chegando em Corumbá um doidão cheio dos dreads e piercings, o genro que toda mãe pediu a Deus, nos abordou na rodoviária dizendo que as passagens do Trem da Morte estariam esgotadas até quarta-feira, o que nos deixou transtornados já que há pouco pra fazer aqui. Decidimos ignorar o doidão e amanhã iremos atravessar a fronteira para a Bolívia atrás de passagens.
Quando chegamos no hostel, ele estava vazio, só a mulher invísivel que estava no nosso quarto mas, incrívelmente, não a vimos. Logo depois chegaram dois australianos gente fina, Steve e Leigh, almoçamos juntos num PF aqui perto, excelente por sinal. O caixa do restaurante lamentou que não tivéssemos chegado ontem, pois aconteceu um grande evento na cidade. Show da banda D3, uma banda famosíssima de SP que faz um som pop-rock com uma viola e um tambor. Infelizmente perdemos essa.
O hostel é bem bom até, com piscina, churrasqueira, lavanderia, cozinha e até campo de futebol, bem mais do que esperávamos.
Agora pouco chegaram aqui Amit, Emma e uma outra menina que já tá na prostituição aqui e eu nem sei o nome, todos de Londres. Hoje vamos sair todos juntos aqui pra uma nightzinha, boate tradicional aqui de Corumbá, mais de 50 anos de nights bombásticas. Vamos ver qual é.
São 20h aqui agora (1h a menos que no Rio) e o Jornal Nacional já ta terminando, é tudo errado aqui.
Salve o nosso LUFA. Mais uma vitória hoje, 9x0. Parabéns aê galera.

Ainda vivos,

André e Guilherme.

PS: O computador aqui do hostel é de madeira ainda, de forma que não estamos conseguindo postar os vídeos aqui. Quando pegarmos um PC bom, botamos aí.

Inaugurando..

Só pra estrear esse blog por onde passaremos, sempre que possível, novidades da nossa viagem e que servirá também como meio de passar uma esperança a nossos entes queridos de que voltaremos vivos. É isso. Véspera de viagem, partimos amanhã às 10h da manhã. Só pra começar bem, 28 horas de viagem até Corumbá (divisa BRA/BOL). De lá pegaremos o famoso Trem da Morte até Santa Cruz de La Sierra.
Um grande abraço e até breve.

PS: por favor lembrem de nós nas suas orações antes de dormir.

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